Zé Limeira me inspirou
E descobriu minha verve
Pr’eu glosar o meu amor
A sua musa me serve
Que ela verte poesia
Na mais perfeita harmonia
Com esta alma que escreve.
Eu pego da minha pena
Como ele pegou da viola
Desafiando esse tema
Com minha própria cachola
Se me zangar um pouquinho
“Mato você de carinho”
E volvo ao poeta essa bola.
É que em tema de amor
Tem de ser que nem criança
Sem malícia e sem temor
Amar é ter esperança
Ter saudade, ir se doando
Que “amar se aprende amando”
Diz Drumond com confiança.
E Zé da Luz, poeta crente
Na Serra da Borborema
Emocionou muita gente
Com um seu belo poema
Queria por derradeiro
Me inspirar no balaiêro
Pra ser livre, sem problema.
Quero ter simplicidade
Pisar descalço no chão
No manto da humildade
Envolver meu coração
“Se a alma não é pequena”
Que tudo valha a pena
Por uma grande paixão.
Que eu possa namorar
Teu retrato todo instante
Se a saudade apertar
Mesmo estando distante
Vou te abraçar com ternura
E tocar tu’alma pura
Com um beijo errante.
Vem morena do meu sonho
Vem viver juntinho d’eu
Que amar eu te proponho
Meu amor, não percebeu?
Pois que todo o mundo sabe
Que em meu peito já não cabe
Esse amor que é todo teu.
Não levaremo uma vida
De conforto nem carência
Mas te prometo, querida
Com um pôquim de paciência
Levantar nossa casinha
Parecida com uma lapinha
E nóis viver com decência.
Em meio à natureza
Vamo tomar banho no lago
Á luz de u’a estrela acesa
A gente se aquece no afago
Chupando fruta do pé
Na grama te dou cafuné
E em pensamentos divago.
Com uma flor no cabelo
E um chêirim de alfazema
És tão bela, e sem sabê-lo
És a própria Iracema
Os oínho nêgo de breu
“Virgem dos lábios de mel”
Tua beleza é um poema.
Quero te dar alegria
Em tudo te dar prazer
Se precisar vou pra pia
Dispois no fogão vou mexer
Um grande amor se constrói
Quando se óia nos ói
E pode neles se ver.
Quero contigo viver
Na paz do nosso ranchinho
E se argúem tiver de morrer
Que eu vá primeiro, benzinho
Mas queria envelhecer
Te oferecendo um buquê
Feliz por amar um anjinho.
Feliz por amar um anjinho.
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