Me dando um aperto de mão
Aperta tão acochado
Que chega dói os tendão
Não sei se é prazer em me ver
Ou torturar-me, patrão.
Não bastasse arrochar a mão
Ainda demora em largar
Parece esticar o gozo
Ouvindo os dedo estalar
E rindo no canto da boca
Espera então eu peidar.
Mas pior que a dor do aperto
É o recado que ele quer dar
Mostrando força ou poder
Pensa então me intimidar
E se quebrar minha mão
Vão vê-lo desmunhecar.
Conta-nos o poeta Francisco das Chagas Batista no seu já clássico livro 'Cantadores e Poetas Populares' (Ed. Universitária - UFPB, 1997, João Pessoa/PB), que, certa vez, o cantador repentista Ugolino Nunes da Costa chegou, inesperadamente, no lugar Barra Lisa, e hospedou-se em casa de seu amigo Pirangi. Morava ali o cantador Elesbão da Cunha Machado. Este, ao saber que Ugolino estava na terra, foi ao seu encontro e, ao apertar-lhe a mão, fez-lhe a seguinte pergunta: 'Onde mora, e o que veio fazer aqui?' Ugolino, ainda segurando-lhe a mão, respondeu-lhe com o seguinte improviso:
No sertão do Sabugi
É a minha residência,
Porém quis a Providência
Que eu hoje viesse aqui,
Na casa de Pirangi,
Meu amigo dedicado;
E, uma vez que sou chegado,
Hoje aqui na Barra Lisa,
Eu venho dar uma pisa
Em Elesbão Cunha Machado...
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