Com a pança já pela boca
Mas sonha que passa fome
E é uma fome tão louca
Que esvazia a geladeira
E a comida ainda é pouca.
Deixando a família de 'touca'
Depois de 'limpar' a cozinha
Com o peso do bucho se deita
Ruminando uma coisinha
E só esperando sonhar
Pra 'limpar' a da vizinha.
Não sei se dorme comendo
Ou se ele come dormindo
Só sei que quando amanhece
Com o cheiro de peixe subindo
Lhe aperta uma fome daquelas
De ver o mar se abrindo.
O olho maior que a barriga
Tudo na boca quer pôr
Só tem prazer ao sentir
No pé do bucho uma dor
E volta morrendo de fome
Depois que arria o cocô.