sábado, 4 de junho de 2022

Décimas de Almir Lyra (autor deste blog)

I - Mote:

Essa peste vai embora,

Mas vem u'a praga pior.




A covid apareceu

E se espalhou pelo mundo.

O saber, que é fecundo,

Logo ao mundo socorreu.

A ciência então nos deu

A vacina, que é melhor;

Pois já sabemos de cor

Das vidas salvas outrora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


O vírus ninguém domina,

Pois não respeita fronteira.

Mas se vê uma enfermeira

Com a arma da vacina,

Vê logo que é sua sina

Ir dessa pr’uma melhor;

Nem tem tempo o vírus mor

Pedir paz pra pular fora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


A pandemia, é certo,

Com pouco vai se acabar.

Mas já vamos guerrear

Co’a praga que tá por perto.

Vem por terra e mar aberto,

Sem oposição maior,

Que sanções não dão um nó

No fuzil que apavora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Não é a Terceira Guerra,

Pois não tem doido lutando…

E se estão se matando,

Já na Ucrânia se encerra.

Mas seu efeito nos ferra;

Esta praga é bem maior:

E é a fome, que nem pó

Que se espalha mundo afora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Não bastasse a guerra então

Produzir tanta desgraça,

Com telhado de vidraça,

Vem Biden, de valentão,

Dizer que Putin é vilão,

Pra ninguém dele ter dó;

E impõe sanções pr’ele só,

Mas atingem é quem tá fora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Pra guerra não há razão,

E não se admite pretexto.

Fez muito bem Dom João Sexto

Fugir de Napoleão;

Ter deixado o valentão

Com a cara de bocó.

Bem na paz, esperou só

Pra voltar na melhor hora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


E não venham só dizer

Que é geopolítica a questão,

Pois aqui não há razão

Quando é questão de 'eu poder'.

Cada um quer é vencer

E se achar o maior.

Ninguém quer ser um Guaidó:

Um doidim por quem se chora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Rio Branco foi diplomata,

E do Acre se apossou.

Nenhum tiro disparou,

Nem ele usou de bravata.

Aprumou bem a gravata,

Negociou bem que só...

E a grana do meu suor

Fez La Paz feliz na hora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Isso é que é diplomacia!

Mas é o velho ditado:

‘Se não comprou o danado,

Foi porque deu mixaria’.

Mas quanta grana seria

Pra comprar Los Angeles só?

Por isso Tio Sam, sem dó,

Tomou-lhe o chão sem demora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Há bombas sobre Israel,

Sobre a Síria e o Iraque;

Mas como a de Nagasaki,

Não há mais rasgando o céu.

Que ninguém ficou pinel,

Nem tão mau que inspire dó.

Mas punha fé que um toró

Deus mandava nessa hora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Pra quem tem a bomba atômica,

E nunca pretende usar,

Que moralmente não dá,

Então vira u'a coisa icônica,

Que acaba sendo cômica,

Se é pra intimidar só…

Pois quem que a teme, major,

Se ninguém mais a estoura?

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Mas não adianta forçar

Pelo medo algum respeito.

A paz não vem desse jeito.

Precisa é dialogar.

Não produzir bomba H,

Que, se explodir uma só,

Vai detonar o paiol…

E vige Nossa Senhora!

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Pra fazer da bomba H

A ‘bomba do fim do mundo’,

Carece um estudo profundo

Sobre fusão nuclear.

A ironia é aplicar

O saber de um homem só

Pro fim do mundo, ou melhor,

Da ciência mesma, ora!

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


A guerra não é um jogo

Que o morto se ergue na hora.

Ora a mãe, a filha ora;

A Deus o pai lança um rogo:

Livrai meu filho do fogo

Do inimigo de Jacó!

Mas o pega em um lençol,

E sobre o corpo ele chora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Numa fração de explosão

Acontece o absurdo:

O coitado perde tudo!

Perde a mulher, filha, irmão;

Perde a paz, perde a razão;

E se tudo vira pó…

Sem esperança e só,

Morre em vida, e cai lá fora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Do Holocausto há judeus

Que na Ucrânia aportaram;

Mas jamais imaginaram

Outra vez dizer adeus.

Reviver, com dor, os seus

Medos de uma nota𝄞 só:

Dos canhões em grave dó...,

Que é o mesmo som de agora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u'a praga pior.


E a nota𝄞 que destoou

Da monotonia sonora

Repercute mundo afora,

Desde que a jovem a tocou:

Abre o piano, que sobrou,

Varre da memória o pó

Das ruínas da Jericó…,

E a nota𝄞 de amor aflora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Será que vão respeitar

Corredor humanitário?

Pra fugir ao meu calvário,

Sou forçado a me exilar;

Pegar a estrada e andar

Sem risco de virar pó,

Por algo em meu mocotó,

Tipo bomba que não gora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Nenhum dos beligerantes

Pensa sério no armistício,

Pois envolve o sacrifício

De algum poder tido antes.

Se do povo estão distantes,

Não recuam um passo só,

Nem vão jogar no bozó

A sorte pra um cair fora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Para Zelensky um recado;

É curto, mas não é grosso:

Tenha mais calma, seu moço;

Aja com muito cuidado.

Seu povo não é blindado,

Nem seu guerreiro é um Thor.

Também não é no gogó

Que vai pôr Putin pra fora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


E se este conselho presta

Pra Putin fazer a paz:

Sossega o facho, rapaz,

Que o mundo é porteira aberta!

Na conversa é que se acerta.

Estamos num barco só;

Se virar, viramos pó,

Com tanta bomba que estoura.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


E para Biden, por fim,

Uma palavra indignada:

Que moral tem sua Embaixada

Pra apoiar o arlequim,

Mas condenar o Putín?

Pois não foste aos cafundó

Invadir, matar, e não só…,

Como no Iraque, inda agora?

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Um magnata americano

Chamou o Putin pro pau,

Sem saber que o seu rival

É lutador veterano.

E cometeu um engano,

Que o russo é feito cipó,

Mina que deixa cotó.

E se o pega, já o tora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


E que diacho a Europa quer

Tentando armar o pierrô?

É a paz pelo terror

O equilíbrio que dá pé?

Mas dizem também que é

Que querem um lucro maior.

Se aproveitam do arigó

Pra vender fuzis da hora…

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


E o que o povo quer ver

É a OTAN isolada;

De preferência fechada,

Pra não ter mais o poder

De ameaçar sem temer

Nem pragas de faraó.

É melhor que reste só

Quem quer do mundo a melhora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Entre russos e ucranianos

Vamos torcer pela paz.

E só o povo é capaz

De desarmar os tiranos.

Pra quem causou tantos danos

A pena, disse vovó,

É Putin no xilindró,

E Zelensky numa tora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


A paz que é sustentável

Vem do bem que é plantado,

Do respeito conquistado.

Para tanto, é aconselhável:

Cada nação responsável

Se desarme a um tempo só,

Destrua e reduza a pó

Seu arsenal. Já é hora!

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Bem disse o Papa Francisco:

As grandes vítimas da guerra

São as crianças da Terra,

Porque correm maior risco.

É que o inimigo arisco,

Se a uns faz tornarem ao pó,

A muitos, pobres qual Jó

E refugiados agora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Essa praga já avança:

E é o vírus da fome.

Ó mal que vidas consome!

Efeito que a guerra lança;

Além da desesperança,

Com sonhos virando pó,

Pelo estilhaço ao redor

Da bomba que os devora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u’a praga pior.


Fome é dos vírus danados

Que matam até os helmintos,

Que não gostam dos famintos,

Pois são mal alimentados.

E um dos efeitos causados

É esvaziar o INCOR,

Que a gordura vira pó

Com a dieta que apavora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u'a praga pior.


Só quem sabe o que é a fome

É o pobre da cidade

Que vive da caridade

E das sobras que consome;

É aquele que não tem nome,

Que é invisível e é só.

E se não verte suor,

É porque a fome o devora.

Essa peste vai embora,

Mas vem u'a praga pior.



Disse o Papa, preocupado:

Parem com a guerra de orgulhos.

Nem dá mais essa de esbulhos,

Que o mundo é já demarcado.

Imitem o civilizado.

Sentem à mesa, afrouxem o nó,

Botem um disco de forró,

Não fique um cossaco fora.

Que essa praga vai embora,

Pro mundo viver melhor.


II - Décimas espanholas:


Guerra tem fome de carne

Sede de sangue, doutor

Música é o gemido da dor,

Do sofrer no desencarne

E antes que a guerra encarne

Precisa ser abortada

A todo custo evitada

Porque ela é genocida

Não há u'a nação vencida:

Todos perdem em luta armada.


A fome é filha da guerra,

Do desastre ambiental,

Da sanha do capital

Ou da pandemia, que ferra

Com a gente pobre da Terra.

E muita fome acontece

Porque o egoísmo cresce

E a ganância domina

Numa política assassina

Que limites não conhece.


Dizem que a  "fome"  é o tempero

Do prato da escol nutrida

Mas ela é só parecida

Com um jejum bem ligeiro.

Nem lembra o verdadeiro

Sofrimento de um faminto.

Deve ter nome distinto,

Pois na fome há desespero

Mas naquela há exagero,

Não há risco de ser extinto.


Com quem jejua o que ocorre

Com fome tem nada a ver

Primeiro, que é por querer

Não é louco ou tomou porre;

Depois, porque ninguém morre

Nem a carne se tortura;

Só se sente uma gastura

Que um sonrisal logo acaba.

E não demora ele baba

Com o cheirinho de fritura.


É melhor esclarecer:

O burguês não sente fome

Que isso tem outro nome

Pra vontade de comer

Pois quem pega a escolher

Qual comida vai pro prato

Só tem fastio nesse ato.

No fim, inda deixa um resto

Para, com um treinado gesto,

Chamar à mesa o seu gato.


A fome é uma condição

Que depaupera o organismo

Causando até raquitismo

Na criança sem o pão.

Sem forças pra erguer a mão

A caveirinha abre a boca

A sopa que toma é pouca

É rara, fraca, bem fina

Sem minerais, proteína,

Isso é uma tortura louca.


Quem tem fome, não dá mole

Come mesmo sem tempero,

Tipo pimenta de cheiro.

Come no seco e engole

E na panela inda bole

Pra raspar o que pregou

Depois que o arroz queimou;

Não cata pedra em feijão

Come tudo, lambe a mão

Papa o que o outro deixou.


Isso é o que  'fome'  se chama

Só quem tem pode explicar...

Aliás, só faz mostrar

As costelas de pijama.

O olhar sem luz, sem a flama

Que ao semblante dá a vida

Só mostra que foi perdida

A sanidade geral.

Pensa mal e fala mal

Só geme e pede comida.


Rico não sabe o que é fome

Nunca viu uma mãe chorar

Quando o pai retorna ao lar

Com coisa que não se come...

Mas a família consome

Entre lágrimas, com esperança

Que dessa vez a criança

Vai comer sem saber nada

u'a sopa de rã minguada

Que vai enganar sua pança.


Se é que a  'fome'  tem um gosto

É de angústia e desespero.

Que o faminto é sem dinheiro

Isso é o seu maior desgosto

Tá estampado em seu rosto

Essa grande decepção

Pois nunca tem condição

De adquirir alimento.

De tão magro, um pé de vento

Pode jogá-lo no chão.


Fome deprime e adoece

Acarreta medo e dor

O olhar é só de terror

Num corpo que só padece

A pele toda emurchece

Deixando os ossos pontudos

No corpo os órgãos graúdos

Vão dando péssimos sinais

Mas dos famintos os ais

Parecem que é a voz dos mudos.


*


Se há desastre ambiental

A fome também aumenta

Mas o rico se alimenta

Mesmo após o temporal,

Que já havia um sinal

E o ricaço estocou

Depois que tudo comprou

Deixando as feiras vazias,

Famintos passando os dias

Só com a fé que lhes restou.


A fome pode escalar

Com a mudança climática

E o que acontece na prática

É mais degelo polar

Que causa o avanço do mar

E provoca a inundação

De terras com plantação

E daí vem o tormento

Do desabastecimento

Que faz rarear o pão.


O desastre ambiental

Ocorre também no campo

Onde cobra, pirilampo

Lagartos e pica-pau

Morrem junto ao animal

Que cava embaixo da terra

O tatu que aí se encerra

Morre junto com a formiga

Tostada na sua barriga

Quando o incêndio desce a serra.


Aquecimento e tornados

Tsunamis e tufões

Ciclones e furacões

Desmatamento e alagados

Seca, campos inundados

Chuva ácida, poluição

E a desertificação

São problemas ambientais

Muito prejudiciais

Para a alimentação.


Um escritor dá este informe:

Metade da humanidade

Passa fome, de verdade;

A outra diz que não dorme

Porque sente um medo enorme

Da metade que não come.

Josué de Castro é o nome

Do autor dessa sentença

Que não é só uma crença:

São os perigos da fome.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Adaptação do pensamento de Antoine de Saint-Exupéry



Caro(a) professor(a):

Eis, abaixo, alguns fragmentos, em forma de cordel, nas modalidades décima e martelo agalopado (poderia também ser, por exemplo, sextilha ou septilha), produzidos, na sua maioria, a partir de pensamentos interessantes de escritores renomados. Ao explorar esse conteúdo, em sala de aula, o(a) professor(a) poderia valer-se dessa ideia, como uma opção didática, um desafio lúdico até, para testar a capacidade de compreensão de texto, estimular a criatividade e ajudar a desenvolver o senso crítico dos alunos, quer nas aulas de português/literatura, quer nas demais, como aplicação da tão festejada interdisciplinaridade.

Décima baseada na frase "O coração não se prova com o escalpelo ou o silogismo: sente-se por uma afinidade impalpável" (Rui Barbosa)



Décima baseada em parte de um poema de Fernando Pessoa, pelo seu heterônimo Alberto Caeiro

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Décima baseada num texto do livro de Bertrand Russell assim intitulado: A Conquista da Felicidade

Um homem pode sentir-se
Tão frustrado, que não mais
Busca o que o satisfaz,
Para apenas distrair-se,
Esquecer e consumir-se,
Devotando-se ao prazer.
Para suportar viver
Num mundo, que é de penar,
Quer tornar-se, em só gozar,
Menos vivo, a entorpecer.

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Décima baseada no pensamento do gramático Francisco Platão Savioli

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Você se envenena de preconceito,
Discrimina o Nordeste, sem razão.
Não vê que o ódio afeta o coração
E forja o caráter com esse defeito?
Ignorante, não tolera um sujeito
De outra cultura ou de outro lugar.
Sendo eu nordestino, vem me insultar
Sem saber que não pode me ofender.
Sinto muito desapontar você,
Mas do seu veneno não vou tomar.

Adaptação em martelo agalopado. Do romance Senhora, de Machado de Assis

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 Do conto 'A ideia do Ezequiel Maia', de Machado de Assis

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Martelo agalopado sobre o período composto: "A palavra foi dada ao homem para esconder seu pensamento"

Já é passado o tempo dos comícios,
Dos discursos de pompa oficiais,
Do logro das ideologias centrais
Em retóricas de tantos malefícios;
Das palavras que pediam sacrifícios
A um povo encantado pelo saber
De um burguês iludindo com o poder
Da beleza de uma frase aplaudida.
Que a palavra ao homem foi concedida,
A fim de seu pensamento esconder.

Segundo Ariano Suassuna, Stendhal o atribui ao padre Gabriel Malagrida

Do personagem Sherlock Holmes, da obra de Sir Conan Doyle

Do original traduzido: "A tentação de formar teorias prematuras sobre dados insuficientes é o veneno de nossa profissão"

Frederico da Prússia, em Carta a Voltaire

Do original traduzido: "As palavras podem ferir mais que punhais; e o tom, mais que as palavras"

Príncipe de Ligne, em Inocência, de Visconde de Taunay

Do original: "Muitas vezes somos iludidos pela confiança; mas a desconfiança faz que sejamos por nós mesmos enganados"

Do conto Miss Dollar, de Machado de Assis

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Décima baseada em pensamento do jurista Nélson Hungria



Um pensamento indignado de Rui Barbosa

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Décima baseada em pensamento de Nietzsche

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Pensamento do educador Paulo Freire

Seria muita ingenuidade
Esperar, bem mais que antes,
Que as tais classes dominantes,
Transformassem a realidade,
Ao implantar, de verdade,
U'a forma de educação
Que permitisse ao povão
Perceber, de forma crítica,
As injustiças política
E social, como opressão.

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Décima baseada num pensamento de George Orwell

Ideologia é o que anima
Os homens padronizados.
Em filas andam formados,
E juntos partem pra cima,
Da violência no clima
Dos agressores da escola.
Pensam em slogans, e rola
Sacar palavras de ordem.
Ignorantes, que só podem
Falar em balas de pistola.


autor desconhecido